Ao observar situações cotidianas em sala de aula, questões me torturam, mas uma me angustia ainda mais: - Até quando ensinar a quem não tem interesse em aprender? Conversas paralelas, celular, toque, “whats app”, tanta tecnologia! Como ganhar o “round”?

            Sou apenas um professor, fui capacitado a transferir conhecimentos. Ninguém me avisou que teria que ser um “artista”. As angústias rondam, mas quem tem as respostas? Quais são elas?

            Essas respostas nunca chegam. Pessoas desconversam, enrolam e transferem a responsabilidade novamente para nós professores. E assim o tempo passa e as soluções não aparecem. Alguns dizem serem adaptações individuais a serem feitas. Mas e ai? Isso seria a resposta? Mas quais realmente são elas?

            Teorias são criadas a todo o momento, julgam serem detentores das metodologias ideais para preencher a lacuna. Seria a resposta? A sensação que brota em mim e em vários companheiros de angustia: Como pessoas que, em sua maioria, nunca entraram em sala de aula poderiam saber a resposta? Mas qual, necessariamente, seria a resposta?

            Educandos, inquietos e entediados, demonstram desmotivação. Outra pergunta: cadê os recursos? Como vencer tecnologias se não as temos? Alunos sem interesses, educadores doentes e necessitados de respostas. Mas qual é, verdadeiramente, a resposta?

            Hipocrisia, orgulho e egoísmo, colegas ao não assumirem suas incapacidades fazem gerar as angústias, as dúvidas. E as respostas? Ninguém as tem. Impossível! Ouvi dizer que a palavra “ninguém” como a palavra “todos” têm ideia de generalização, mas como acabar com as dúvidas, depressões, tristezas somadas a uma sensação de incapacidade? Acabamos entrando num sistemas que muitos classificam como: “fingem que ensinam e todos fingem que aprendem”. Será essa a resposta?

            Ufa! Parece que as dúvidas aumentaram em minha cabeça após as reflexões. Quero as respostas! Preciso das respostas! Exijo as respostas! Peraí! Um momento! Descobri qual a verdadeira e única resposta. Exigir, exigir, exigir. Devemos exigir respeito e começando pelo próximo e quem seria? Nós mesmos e os que compartilham das mesmas ansiedades e sofrimentos.

            Agora sim, surge em mim à sensação que algo poderá ser feito em prol de todos que buscam as respostas. Mas será essa a resposta?

 

“Caminhei um longo caminho para a liberdade. Foi uma longa jornada. Mas ela ainda não acabou. Eu sei que meu país não foi feito para ser uma terra de ódio. Ninguém nasce odiando outra pessoa por causa da cor da pele. As pessoas aprendem a odiar. E podem ser ensinadas a amar. Pois o amor vem de forma mais natural para o coração humano.”

 (Nelson Mandela)